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Universidade Federal do Rio Grande do Sul


UFRGS


Curso de Licenciatura em Pedagogia:


Anos Iniciais do Ensino Fundamental Modalidade a Distância


Pólo Gravataí



Josiane Ferreira Nunes


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA

O filme Doze Homens e uma Sentença mostra o comportamento de um grupo de12 jurados com suas diferenças culturais, pessoais e de formação, expressas em seus valores, preconceitos e falsas certezas, evidenciando como as pessoas trazem para o grupo e para a tomada de decisão seus padrões, condicionamentos e história de vida. O júri deve julgar um jovem porto-riquenho acusado de ter assassinado seu próprio pai. Para o veredicto final, a votação tem que ser unânime e, se for considerado culpado, a lei determina para estes casos que o réu seja condenado à morte.
É possível constatar as diferenças individuais que levam as pessoas a, analisar um mesmo fato, visualizarem ângulos e verdades diferentes; e analisa a capacidade e características do processo de negociação.
A trama prossegue sem se preocupar em mostrar se o réu é culpado ou não, mas sim se uma pessoa pode ser julgada por seus semelhantes com base apenas em evidências circunstanciais e suposições.
No filme pude perceber a fragilidade estrutural e a complexidade de um grupo constituído de pessoas comuns, cada um dos jurados tem origem, condição social e idade diferente e, como não podia deixar de ser, diversos tipos de personalidade: entre os doze, há o tímido, o idoso, o de origem humilde, o intelectual, o imigrante, ou seja, cada um é um ser único e está ali para decidir sobre o destino de outro ser humano. Aqui, não importa o veredicto, mas as convicções. O inconsciente coletivo inspira a vingança. Vingança de um homem que matou seu próprio pai. Mas como decretar a morte de quem quer que seja se não há certeza? O que está em questão não é a pena de morte, mas algo mais sério: as decisões de cada um e como elas podem ser irreversíveis.
Rapidamente, onze dos jurados votam pela condenação. Tal atitude me faz recorda a posição de alguns professores em momentos como os famosos conselhos de classes... A vida do aluno é “julgada” pelo grupo de professores a cada trimestre e no final, aquele que não “fechou” média passam pelo famoso “conselhão”... Muitas vezes a rapidez nesse processo é cobrada pelos colegas, que bem ou mal preferem algo sem muito blá-blá-blá. Eis que um jurado é o único que quer discutir um pouco mais antes de dar a decisão final. Afinal, estavam decidindo um jovem, viveria ou morreria. Enquanto este tenta convencer os demais jurados, as características de cada um é sendo revelada, mostrando o que os levou a tentar considerar o garoto como culpado e a revelar os seus próprios (pre) conceitos. Quando Davis, com sua persistência e persuasão, vai fazendo com que cada um reveja os seus votos, passam a emergir no grupo os aspectos individuais. Ao mudar o seu voto, cada um terá evidentemente que rever conceitos e vai querer que sua decisão seja respeitada. Nesse processo, é inevitável que as características da personalidade de cada um comecem a aflorar, surgindo então os conflitos e as emoções que exercem influência no comportamento das pessoas, bem como as variáveis que normalmente presentes nas relações dentro de um grupo altamente diferenciado.
A questão não é se ele era ou não culpado, mas sim de que as provas apresentadas não foram suficientes para provar que ele poderia ser considerado como o autor do fato.
Considero uma obra de grande valor humanista porque é muito mais que um filme sobre uma vida. É um filme sobre a vida.

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