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Universidade Federal do Rio Grande do Sul


UFRGS


Curso de Licenciatura em Pedagogia:


Anos Iniciais do Ensino Fundamental Modalidade a Distância


Pólo Gravataí



Josiane Ferreira Nunes


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Este ano o quadro de professores da escola em que realizei o estágio foi “renovado”, recebemos muitos colegas “novos” com dinâmica e entusiasmo e é notável o resultado na prática. Fico feliz em trabalhar em um ambiente em que é possível “trocar” figurinhas, receber críticas e também sugerir novas ideias. Mas há outros mais interessados em cumprir seus períodos básicos. Sendo assim o que é possível perceber é que a educação ainda segue padrões, ignora as diferenças individuais, as diferenças regionais e o histórico de vida de cada aluno, sendo extremamente autoritária.
Na afirmação de Reimer:
As escolas são obviamente, planejadas para evitar que as crianças aprendam o que realmente as interessa, assim como servem para ensinar-lhes o que devem saber. Daí resulta que a maioria delas aprende a ler, mas não aprecia a leitura aprende seus algarismos e detesta a matemática, se tranca nas salas de aula e aprende o que bem entende nos saguões, pátios e lavatórios (1979: p. 151).

Como nos fala Rubem Alves:
Educação é isto: o processo pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. Eu não sou eu: eu sou as palavras que os outros plantaram em mim. Como disse Fernando Pessoa: ‘Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim’.
Ao mesmo tempo somos o resultado do desejo de nossos pais, professores, líderes religiosos e políticos. Somos influenciados pela mídia, o mais eficaz modo de se propagar ideias. No entanto, quanto educadores não podemos deixar de lembrar que somos responsáveis pelo que somos, influenciamos os alunos em suas decisões. Atualmente há toda uma discussão em torno dos meios alternativos de educação, em nossa sociedade a escola ainda é vista como a melhor forma de se obter conhecimento e trampolim para uma “ascensão social”.
No entanto a escola, com toda sua autoridade conseguem transformar seus “subordinados” (alunos) em sujeitos passivos. Ela consegue impor suas ideias sem contestações, muitas vezes podando, ensinando às crianças desde o principio a absorver e repetir suas lições, tão bem que se tornam incapazes de pensar coisas diferentes. Tornam-se ecos das receitas ensinadas e aprendidas. Tornam-se incapazes de dizer o diferente (Rubem Alves: 1994, 27). A reflexão sobre a imagem é algo que não é trabalhado na maioria das escolas, e acaba por resultar em consequências significativas, não só para a compreensão, mas também para uma postura crítica perante a televisão.
É importante uma preparação por parte do professor para utilizar a linguagem audiovisual e para fazer uma leitura crítica dos meios de comunicação.
Ao utilizar-se do vídeo como recurso pedagógico, é fundamental que saiba a melhor maneira de usá-lo, que possa identificar suas potencialidades e as peculiaridades de sua linguagem. É preciso fazer o aluno olhar para si mesmo, refletir sobre sua realidade e seu país. E esse propósito é alcançado por meio da tela da televisão, uma janela aberta para o mundo, para as diversas formas da comunicação.
A palavra 'tele' (em grego, 'distância') 'visão' permite que nós possamos ver outros povos, culturas, outros lugares, outros modos de vida e a partir daí reflitamos sobre a importância da imagem como registro e memória da humanidade. Darcy Ribeiro, em seu livro Noções de coisas, afirma:
“Esses chamados sentidos são as janelas que você tem no corpo para não ficar aí, besta, feito uma pedra. A gente só pode conhecer e diferenciar um cágado de uma flauta, ou de uma bananeira, olhando, vendo, cheirando, ouvindo suas falas, se é que falam, apalpando e até provando, com a língua, sem exagerar.”
A instituição escolar ainda possui algumas semelhanças com os meios de comunicação. De certo modo, pode ser considerado um meio de comunicação, pois não deixa de ser um espaço de circulação de informações. Nela podem ser trabalhadas noções necessárias ao desenvolvimento harmonioso dos indivíduos.

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