
Livrar-se das amarras de concepções impregnadas durante décadas de um modelo pronto de educação, representa mudança de paradigmas, o que não ocorre com atos administrativos, como mudanças na legislação. Independentes do nível de ensino e da esfera a qual pertencem, as unidades escolares, têm seu papel definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. O Artigo 12, ao estabelecer as competências dos estabelecimentos de ensino, também destaca a elaboração e execução do projeto pedagógico a gestão dos recursos humanos, financeiros e materiais, o que significa que caberá às escolas, definirem um modelo de gestão que lhes possibilite cumprir não apenas que a lei determina, mas exercerem seu papel de geradoras, sistematizadoras e socializadoras do saber.
O processo de mudança ainda é lento, havendo muitas resistências a serem quebradas, posturas a serem revisadas. Dentro de uma gestão democrática e participativa, todos os envolvidos no processo devem ser atuantes efetivos. Para isto devem compreender a importância de todos em sua participação, exercendo seus direito de escolha, acompanhar o processo do pleito e, mesmo após a escolha realizada, acompanhar as decisões tomadas, participar da elaboração do projeto político pedagógico da escola, participar com sugestões e críticas, fiscalizar a aplicação de verbas, assim como cobrar as propostas apresentadas durante a campanha.
Não podemos negar as diferenças ainda encontradas nas administrações em nossas escolas. Podemos encontrar em um mesmo bairro escolas com administrações voltadas para a bem comum, democráticas e participativas, e escolas onde não há o menor interesse em permitir esta abertura à comunidade escolar.
Dentro deste contexto tão ambíguo percebo que a escola em que atuo está corretamente direcionada em sua trajetória. Não que tenha sido assim anos anterior, mas atualmente ela apresenta todos os parâmetros de uma escola democrática e participativa. Para alcançarmos uma perspectiva democrática na organização escolar, é preciso que seja uma gestão escolhida por voto, onde os eleitores tenham liberdade de escolha, sem interferência ou pressão de qualquer parte, seja interna ou externa à instituição educacional. Não basta haver pleito, deve haver o direito de candidatura de diferentes setores e opiniões bem como a aceitação do resultado decidido pela votação.
Mas muito antes da escolha é que mora o "perigo"... Como é triste perceber que a cada dia que passa a compreensão desse acontecimento está sendo limitada e podada pela "preguiça", falta de vontade e o medo de se "indispor"... Me revolto com educadores acomodados que não ajudam e atrapalham... não fazem e reclamam dos que estão "dando a cara a tapa" para a mudança do processo!! Acredito que precisamos muito mais que "boa vontade" para atender a exigências de uma sociedade em mudança, caso contrário corremos o risco de ficarmos apenas na reflexão.
Um comentário:
Olá, Josiane:
Pois é, este assunto é mesmo complexo e entram questões políticas bem complicadas. Entendo tua indignação e achei bem propício falares deste tema aqui. É importante colocarmos nosso ponto de vista em prol de uma mudança positiva.
Abraço, Anice.
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