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Universidade Federal do Rio Grande do Sul


UFRGS


Curso de Licenciatura em Pedagogia:


Anos Iniciais do Ensino Fundamental Modalidade a Distância


Pólo Gravataí



Josiane Ferreira Nunes


terça-feira, 28 de junho de 2011

Eixo 5: O projeto político-pedagógico. Uma formalidade instituída?

A participação é a fundamental forma de garantir a gestão democrática da escola, favorecendo o empenho da comunidade escolar na tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar.


As Interdisciplinas de ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO e PROJETO PEDAGÓGICO EM AÇÃO, no eixo 5 trabalharam a questão da gestão democrática na escola, que abrange um padrão no qual a direção deve ser escolhida e eleita a partir da decisão da comunidade escolar, se compõe num dos condicionantes da constituição do Projeto Político Pedagógico.

A escola é compreendida como espaço-tempo de juntura entre a lei e a comunidade escolar.

Organizar o trabalho pedagógico em escola pública é algo muito abrangente não sendo uma tarefa fácil, requer uma formação de boa qualidade além de exigir do gestor um trabalho coletivo que busque incessantemente a autonomia, liberdade, emancipação e a participação na construção do projeto político-pedagógico. A organização do trabalho pedagógico, avaliando e reconstruindo seus projetos, planejamentos e planos da escola é o caminho para que ocorram as mudanças verdadeiras nas escolas. E só irão acontecer de fato se houver uma aliança do corpo técnico, diretor e coordenador pedagógico trabalhando em parceria com o corpo docente, funcionários e demais membros da equipe escolar. É importante que nesse processo de mudança a escola busque a unidade entre a família, gestor, comunidade, professores, alunos, funcionários onde cada um sinta-se responsável em transformar a educação. Numa gestão democrática, o gestor precisará saber como trabalhar os conflitos e desencontros, deverá ter competência para buscar alternativas diferentes e novas e que as mesmas atendam aos interesses da comunidade escolar. Administrar com uma visão democrática implica em saber ouvir, contestar e ceder sendo que em meio às discussões podem surgir vários confrontos e soluções, pois as pessoas analisam de diferentes formas cada situação. Portanto, cabe ao gestor definir problemas e identificar soluções levando em consideração a opinião de todos.

A qualidade da escola dependerá da participação ativa de todos os membros, respeitando individualidade de cada um e buscando nos conhecimentos individuais novas fontes de enriquecer o trabalho coletivo. A escola precisa ter liderança de um gestor comprometido com a qualidade da educação e com as transformações sociais que possibilite avançar o aluno nos mais variados aspectos: social, político, intelectual e humano. Organizar o trabalho pedagógico requer enfrentar contradições oriundas das diversas realidades que se encontram numa escola pública, daí a necessidade da escola educar para a democracia, e essa tendência pedagógica deverá ser observada ao longo desse processo. Há pouco tempo, o modelo de gestão escolar se configurava num diretor autoritário e submisso aos órgãos centrais e sua função se restringia a de administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. O processo de autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta quando tomaram posse os primeiros governantes eleitos pelo voto direto. E o discurso por uma educação democrática ganhou amplitude e vários movimentos começaram a incentivar a luta por uma escola participativa, autônoma e de qualidade.

O projeto político-pedagógico é mais do que uma formalidade instituída. É a aproximação do que se pensa sobre a educação básica e superior, sobre o ensino, a aprendizagem, a produção e socialização dos conhecimentos, o aluno e o professor com a prática pedagógica que se realiza na instituição educativa. É uma aproximação maior entre o que se institui e o que se transforma em instuinte. A gestão democrática na escola, que compreende um modelo no qual a direção deve ser eleita pela comunidade escolar, se constitui num dos condicionantes da construção do Projeto Político Pedagógico. A idéia de que a eleição direta para diretores das escolas é um elemento importante para a democratização das relações do cotidiano escolar, contribuindo decisivamente no debate e na formulação do Projeto Político Pedagógico. No entanto, a nossa prática nos leva à constatação de que o fato de se ter um diretor eleito na escola não significa necessariamente, que o Projeto Político Pedagógico seja fruto da construção coletiva dos profissionais da educação. Vivemos numa sociedade que funciona basicamente de forma hierarquizada. No mundo do trabalho há nítida separação entre os que determinam/ decidem e os que se limitam ao cumprimento das decisões. Para elaboração do Projeto Político Pedagógico é imprescindível que seja um processo democrático, participativo e dialogado. Os principais agentes sociais construtores de tal projeto são: alunos, professores, diretores, coordenadores pedagógicos, pais e comunidade. Todos esses segmentos apesar de serem portadores de anseios valores objetivos diferenciados devem ser ouvidos, terem direito de defesa de suas idéias através de processos democráticos construírem uma base mínima e fundamental de objetivos a serem conquistados com metas e prazos a serem alcançados.

Um importante instrumento permanente de avaliação e redimensionamento do Projeto Político Pedagógico é a crítica construtiva que se faz com profissionais competentes e comprometidos com a educação, pois o PPP está em constante movimento e permanente mudança.

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