Um momento interessante dessa semana foi quando debatemos sobre a palavra “Descobrimento”. Qual a diferença entre descobrir, achar e encontrar? O Brasil já era habitado? Por quem? Particularmente eu sou contra a expressão “Descobrimento do Brasil” e toda aquela historinha que ouvi desde pequena. Graças a um professor, no Ensino Médio, os meus olhos se abriram e já bem “grandinha” é que comecei a me dar conta de toda essa história que me venderam pronta. Muito interessante foi perceber que meus alunos não acreditariam na mesma historinha para boi dormir que ouvi lá em 1900. Assim que questionei sobre a palavra descobrimento já começaram os primeiros zuns-zuns nos grupos. Como descobrir algo que outros (índios) já tinham descobertos? Em resumo: para as crianças o Brasil não foi descoberto, nem achado (pois segundo eles o Brasil não estava perdido para ser achado). Construímos um texto coletivo sobre o assunto.
Também conversamos sobre o resultado oficial das eleições. É preciso que, desde a escola, se tenha consciência da importância da participação na vida política e que as crianças se preocupem com aquilo que acontece no país. Os comentários foram muito interessantes, pois foi possível perceber aqueles alunos que já estão “ligados” na situação e percebem que os políticos são eleitos, escolhidos pela maioria da população, demonstrando sua opinião. A responsabilidade é de todos os cidadãos! E é justamente na construção dessa responsabilidade cidadã que entra a preocupação com as crianças brasileiras.
Não devemos ser conivente com uma prática em que o professor detenha controle da conduta, das atitudes e do saber das crianças. Quando as crianças sofrem coerção dos adultos, numa relação de respeito unilateral, acabam acreditando que somente eles têm razão e suas afirmações são consideradas verdades. A autoridade adulta sobre o pensamento da criança não apenas prescinde de verificação racional, mas também retarda frequentemente o esforço pessoal e o controle mútuo dos pesquisadores (PIAGET, 1998, p. 118).
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